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quarta-feira, 17 de dezembro de 2014
Coéforas
Coéforas: "portadoras de libações funerárias". Que têm em comum a vida e a morte, os vivos e os mortos, que os une de modo inextricável? A unidade que os une é similar à inesperada e espantosa unidade que se observa entre ser e não-ser, unidade que no Sofista de Platão se impões como condição necessária à captura conceitual do sofista. Que unidade os une? Eis o que se põe em aporética questão e assim se mostra em cena terrível e sublime, nesta tragédia. Interpelado por Apolo em diversas circunstâncias, e em Delfos pela voz do oráculo, a Orestes é o dever filial mesmo que impõe de modo irrecusável a execução da pena de morte contra a sua própria mãe. Os caminhos a serem percorridos por Orestes nessa aporia existencial mostram o nexo necessário, múltiplo e ininterrupto entre os diversos domínios de Phoîbos Apóllon, o Deus profeta de Zeus em Delfos, e os não menos diversos domínios das sombrias e subterrâneas Erínies, Deusas filhas da Noite imortal.

Escrito por Centro do palco
Site inteiramente dedicado ao teatro, segmento artístico-cultural de maior expressão no universo das Artes Cênicas.
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